domingo, 30 de maio de 2010

Entrevista à prof.Conceição Apolinário, directora de turma

1) Quantos alunos tem na sua direcção de turma com síndromes ou deficiências?
R: Tenho quatro alunos.

2) Que tipo de síndromes ou deficiências eles têm?
R: Tenho um com Trissomia 21, um com deficiência mental moderada e dois com deficiência mental ligeira.

3) Esses alunos têm todas as disciplinas como os outros alunos?
R: O aluno com Trissomia 21 tem currículo próprio, frequenta as aulas de Educação física, Tic, Formação cívica, Estudo acompanhado, Área de projecto,… assim como o aluno com deficiência mental moderada.
Os dois alunos com deficiência mental ligeira tem adequações curriculares, mas frequentam todas as aulas, apenas são feitas algumas adaptações a nível de fichas, testes, etc.

4) Como interagem os alunos da turma com eles?
R: Eles dão-se bem, não é feita qualquer tipo de discriminação ou agressão.

5) Esses 4 alunos estão integrados?
R: O aluno com deficiência mental moderada e um dos alunos com deficiência mental ligeira tiveram dificuldades em adaptar-se e eram agressivos. Tentei ir falando com eles e com os alunos da turma, e o relacionamento e integração foram melhorando.
Os outros dois alunos integraram-se bem.
Eles são apoiados, também por funcionários que os orientam.
A nível de escola estão bem integrados.

6) Como é que esses alunos se comportam na sala de aula?

R: Em termos de comportamento eles são iguais aos outros alunos, também são faladores às vezes.

7) Quando eles não tem aulas o que fazem? Para onde vão?
R: Quando não têm aulas, eles vão para a sala de apoio onde estão com a professora de ensino especial.

8) Quando há um qualquer problema com algum desses 4 alunos, como lida com a situação?
R: Depende do tipo de problema. Com o aluno com Trissomia 21, às vezes é difícil lidar porque não sei como vai reagir, também porque ele fala pouco.
Também com os outros é difícil, por exemplo um dos alunos com deficiência mental moderada tem dificuldade em acatar ordens. Telefono aos pais, tento resolver da melhor maneira.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Entrevista à professora Andreia, directora de turma

1) Quantos alunos tem na sua direcção de turma com síndromes ou deficiências?
R: Tenho dois.
2) Que tipo de síndromes ou deficiências possuem?
R: Tenho um aluno com X-Frágil e uma aluna com deficiência mental moderada.
3) Esses alunos têm todas as disciplinas como os outros alunos sem problemas?
R: O aluno com X-Frágil tem currículo especial, está matriculado nas disciplinas de Educação Tecnológica, Tic, Educação Física, Formação Cívica, Área de Projecto.... Embora ele não vá às aulas. Ele rejeitou a turma, ainda consegui levá-lo a uma aula de educação cívica mas depois não voltou. Ele acompanha os funcionários.
A aluna com deficiência mental moderada tem adaptações curriculares. Frequenta todas as aulas como o resto dos alunos mas a nível de testes, fichas, tem algumas modificações, sendo mais adequados com o nível dos seus conhecimentos.
4) Como interagem os alunos da turma com eles?
R: Que me tenha apercebido não há qualquer tipo de discriminação, se houver é num sentido positivo, no caso da aluna com deficiência mental moderada, é no sentido de a "apaparicarem", principalmente o grupo de amigas. Não a põem de lado.
Quanto ao aluno com X-Frágil não tenho como saber porque ele não vai às aulas.
5) O aluno com X-Frágil e a aluna com deficiência mental moderada estão integrados?
R: O aluno com X-Frágil nesta turma não se integrou, rejeitou-a. A mudança que houve da turma do ano passado para esta fez a diferença e contribuiu para essa rejeição porque ele ia às aulas o ano passado. A outra aluna está muito bem integrada.
6) Como é que esses alunos se comportam na sala de aula?
R: O aluno com X-Frágil não sei, o ano passado era bem comportado.
A aluna com deficiência mental moderada, é muito calada, por isso não há muito a dizer, o comportamento é normal.
7) Quando há um qualquer problema com esses dois alunos, como lida com a situação?
R: Com o aluno com X-Frágil não há grandes problemas. O que conheço dele é mais pessoal, na escola não há grande contacto porque quase não o vejo, não vai às aulas, como já disse.
A aluna com deficiência mental no início rejeitou a professora de ensino especial porque não é a mesma do ano passado. Tive de chamar os pais algumas vezes para tentar resolver o problema e tentar convence-la que a mudança não é uma coisa má. Tento resolver sempre os problemas a conversar.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Entrevista ao Sr.José, auxiliar da escola

1) Sabe qual é o problema do aluno com X- Frágil?
R: Ao certo não sei qual é.

2) Sabe como lidar com ele?
R: Sim sei, só é preciso ter alguma paciência e dedicação.

3) Nota evolução nele desde que chegou até agora? Está integrado?
R: Desde que está comigo noto evolução. Ele está mais sociável e mais comunicativo.
Na minha opinião acho que ele está bem integrado, melhorou muito.

4) Ele ajuda em algum tipo de tarefas? O que faz?
R: Ajuda a tirar erva, ensino-o como se varre…ajuda nas tarefas em que é preciso limpar. Ele dá jeito nas pequenas coisas que faz.

5) Tem autonomia para fazer sozinho?
R: Ele é capaz de fazer algumas tarefas sozinho, mas tem de ter uma pessoa ao lado para o acompanhar.
Ele tem muita energia, é bom rapaz…

6) E quanto ao aluno com Trissomia 21, e os que tem deficiência mental?
R: Lido no dia-a-dia com eles e dão se bem comigo. Acho que houve alguma evolução em todos eles, melhoraram bastante.

Entrevista à D.Fátima, auxiliar da escola

1) Sabe qual é o problema do aluno com X- Frágil?
R: Não, na verdade não sei. Não sei a quem posso perguntar sobre isso nem tenho o à vontade suficiente para isso. Como quase não vejo a família dele também é complicado.
No fundo o que eu sei é que ele é um rapaz inteligente e responsável mesmo com o problema que tem. Ele é amigo, querido, protector e também terapêutico, como que uma terapia para nós e uma ajuda.

2) Sabe como lidar com ele?
R: Fui-me habituando. Ele quando veio para cá não falava e isolava-se, ao longo do tempo à medida que íamos falando com ele e o íamos cativando ele começou a ficar diferente e a mudar de comportamento.

3) Nota evolução nele desde que chegou até agora? Está integrado?
R: Ele aprende as coisas facilmente por isso vai evoluindo gradualmente ao longo do tempo. Por exemplo, ele é observador, tenta imitar aquilo que nós fazemos e se alguém faz alguma coisa mal ele acusa logo ou então chama-nos a atenção.
Ele é responsável e tem uma rotina que sabe a rigor sem que ninguém lhe diga nada, isso impressiona-nos. Se por qualquer razão essa rotina é mudada ele fica desencaminhado.
Quanto a estar integrado, quando veio para aqui ele não queria comer, escondia-se…agora já não, agora fala livremente com as pessoas.
Eu pressionava-o, puxava por ele e ajudo-o a ter um comportamento diferente. Agora ele já é diferente, já anda sozinho pela escola, agora é ele que se mete a falar com as pessoas, já não é tão tímido. Quando um dos funcionários foi embora por um tempo ele mudou e aí começou a andar comigo.

4) Esse aluno ajuda em algum tipo de tarefas?
R: Ajuda, ele gosta de se sentir útil e faz as coisas de boa vontade. Há dias em que ele não está tão bem disposto, e nós tentamos dar lhe espaço por um tempo e depois vamos ter com ele e ele já esta bem de novo. Tentamos respeitar o espaço dele.

5) O que faz? Que tipo de tarefas?
R: Ele faz recados, ajuda a limpar e apanhar o lixo, e como já disse tenta imitar aquilo que fazemos. Ele gosta de ajudar a fazer este tipo de tarefas. Acho que se ficasse responsável por este tipo de coisas ele tinha um bom desempenho desde que houvesse uma rotina que é aquilo que ele precisa para se adaptar. Até porque ele não se esquece de nada, é preocupado… Nós as vezes até fazemos como que uma espécie de brincadeira/experiência com ele para ver quais são as sua competências, e ver até que ponto ele poderá chegar.
Quando ele vai de férias ele regride um pouco, nota-se que chega diferente. No primeiro dia não fala e tem alguma dificuldade.
Se ele não vier para cá nós sentimos logo a falta dele, porque ele cativa as pessoas. Acho que deviam arranjar alguma coisa para ele aqui na escola, porque acho que ele se sente bem aqui e ir embora acho que não seria muito bom para ele.

6) Tem autonomia para fazer sozinho essas pequenas tarefas?
R: Tem alguma, se já tiver uma rotina interiorizada. Também depende da maneira como falamos com ele porque ele gosta de ser bem tratado.
Nós rimos, falamos, brincamos muito com ele, mas com limites. Às vezes temos mesmo de parar para que ele volte ao seu estado normal e não haja nenhum problema. Nada pode ser em demasia.
Se houver algum problema ele recata-se.
É engraçado, quando lhe falamos de algo que não lhe agrada ele muda logo de conversa ou faz de conta que não está a ouvir nada. Ele sabe perfeitamente se o enganam ou se lhe mentem.

7) E quanto ao aluno que tem Trissomia 21 e os que tem deficiência mental?
R: Acho que alguma formação sobre os problemas que tem estes alunos nos dava algum jeito. O aluno com Trissomia 21 gostava muito de fazer maldades. Nós nem sabíamos lidar muito bem com ele. Depois ficamos a saber que para ele mudar de comportamento é preciso falar com ele de uma forma mais dura, foi uma professora que nos falou disso. Ele tem a noção daquilo que faz, mas é preciso ter o pulso forte. Ele é teimoso, mente, às vezes escondia-se para não ir às aulas. Acho que ele não tem evoluído muito ao longo do tempo que está aqui. Está integrado na escola, nós também acabamos por conhecê-lo, mas a única coisa que mudou foi o comportamento.
Quanto aos alunos com deficiência mental, alguns tem evoluído, outros nem por isso, mas nós tentamos ajudá-los.

Entrevista à professora Anabela do ensino especial

1) Quantos alunos com síndromes/deficiências tem a seu encargo nesta escola? Que tipo de deficiência têm?
R: Nesta escola tenho vários alunos com deficiência mental ligeira/moderada. No agrupamento de Vinhais há cerca de 30 alunos com esse tipo de deficiência.
Aqui há também alunos com Trissomia 21, X- frágil… Penso que o aluno com Síndrome de Down poderá ter também autismo.
Alguns têm mais que uma síndrome ou deficiência.

2) No caso de cada um deles, que aulas podem assistir de acordo com as limitações que têm?
R: Para alunos com problemas de deficiência mental e com síndromes, os maiores problemas são o raciocínio abstracto, têm dificuldade em organizar-se e dificuldade na aquisição de conhecimentos.
Os testes realizados são adequados e modificados de acordo com as dificuldades de cada um deles.
Os alunos que tem adequações no currículo frequentam todas as aulas com o objectivo de chegar pelo menos ao 9º ano e tirarem um curso profissional. Os conhecimentos transmitidos são mais direccionados para o lado prático, para a vida futura.
De seguida tentamos integrá-los num curso profissional de acordo com os seus gostos, isto os alunos com menor grau de deficiência mental.
No currículo específico, os alunos com maior grau de deficiência mental frequentam as aulas não específicas como Área de projecto, Educação física, Educação musical, etc.
Quando estão com as professoras de ensino especial como eu, tentamos ensinar o máximo que conseguimos e com métodos diferentes.

3) Como são estimulados para que possam evoluir?
R: Como eles gostam de informática, tentamos arranjar software adequado.
O ensino dos alunos desta sala é essencialmente ensino de 1ºciclo. Eu tento arranjar estratégias diversas para os tentar ensinar, estratégias também que vão de encontro com o interesse de cada um deles.
O trabalho é individualizado e ao ritmo de cada um. É difícil porque cada um tem uma aprendizagem diferente, uns avançam mais que os outros, eles têm várias dificuldades em apreender conhecimentos.

4) Quais são as actividades que desenvolvem com eles quando estão ao seu encargo?
R: Quando estão ao meu encargo tento ensinar coisas básicas como ler, calcular, assim como a nível de comportamentos, organização, etc.
Quando eles decidem não querer aprender mais, não vale a pena insistir porque eles não vão fazer mais. Por isso jogam jogos na Internet, fazem desenhos entre outras actividades…
Tentamos arranjar uma componente prática para saber em que áreas eles se poderiam integrar.
Uma aluna já esta num salão de cabeleireiro. Tentou arranjar-se mais mas as empresas não aderem ou se aderem é porque provavelmente recebem um subsídio.
Os pais também não concordam, talvez por ser liberdade a mais e terem medo que aconteça alguma coisa.

5) Desde que chegaram qual a evolução que tiveram até agora?
R: Todos demonstram alguma evolução, excepto os casos mais complicados. Eu só vim para esta escola este ano por isso não posso dizer muito, mas eles mostram evolução na leitura, a nível de apreensão de conhecimentos, também a nível de comportamento, responsabilidade, autonomia.
No caso do aluno com X- frágil, ele já tem o 9ºano mas os pais fizeram um protocolo para ele continuar cá na escola e ajudar nas tarefas com alguns dos funcionários.
Alguns conhecimentos básicos que lhes transmitimos, às vezes mesmo que pareçam apreendidos, acabam por esquecer. É muito complicado porque num simples fim-de-semana, férias, eles podem regredir e as professoras têm de recomeçar o trabalho de início. Há alguns casos em que se puxarem um pouco por eles, eles até se conseguem lembrar, outros não e os meios que dispomos não são os melhores.

6) Acha que eles deveriam estudar numa escola particular, em que tivessem apoio a toda a hora ou estar numa escola normal, como esta, em contacto com outros alunos diferentes. É melhor para o desenvolvimento deles?
R: Na minha opinião estes alunos podem e devem frequentar esta escola em que contactam com outros alunos diferentes, também por causa da teoria da inclusão.
Até porque eles não são diferentes, são iguais aos outros. Claro que alunos com deficiências mais graves que as existentes na escola não. Já trabalhei com crianças assim e não seria possível.
A sociedade não está preparada para pessoas com este tipo de problemas, assim como os pais, quando não os deixam integrar em empresas, não compreendem que assim é melhor para eles e para o seu desenvolvimento. Também não há muitos meios na escola, a sala é pequena, há alguma falta de espaço, de pessoas especializadas.
No exemplo do terapeuta de fala, só há mais perto pelo que se sabe em Macedo de Cavaleiros e para usufruírem desse tipo de tratamento, os doentes têm de ir lá uma ou duas vezes por semana. Se os pais tiverem falta de tempo ou também dinheiro, falta de meios, mais complicado se torna. Até poderão ir uma ou duas vezes mas depois começa por se tornar complicado e não voltam a ir.

7) Acha que no nosso país há meios suficientes para cuidar de pessoas com este tipo de problemas?
R: Tanto no país como nesta escola acho que não há, não há meios.
Há muita burocracia, os professores perdem mais tempo com papéis do que com projectos que poderiam ajudar os alunos.
Leis são mandadas cá para fora, mas elas nem sempre podem ser aplicadas. Assim como o trabalho feito por mim, tudo pode estar muito bem organizado mas nem sempre é possível realizá-lo porque os alunos não o permitem. Como exemplo os testes, são reformulados e para os fazer é necessário uma ou mais semanas.
É dito que há equipas para a ajuda a estes alunos, mas nem sempre isso acontece. São na verdade necessárias equipas com médicos, terapeutas, etc, mas como há poucos profissionais desse tipo é difícil arranjá-las.
Se existem é em Lisboa, Porto, Coimbra, Algarve, etc. As pessoas não querem vir para meios pequenos como este.
Assim como as associações de apoio e a informação disponível em Portugal é completamente diferente de países como o Brasil e também Espanha, etc. A informação aqui é muito reduzida. No Brasil por exemplo há vários projectos, sites que se encontram muito úteis e com muita informação. Portugal deveria trabalhar um pouco mais nesse sentido, em encontrar soluções para este tipo de pessoas.

8) Como se sente ao trabalhar com crianças com este tipo de problemas?
R: É complicado mas gosto muito do que faço. Eu era educadora de infância e mais tarde especializei-me e trabalhei na APADI, uma associação em Bragança.
Quem trabalha com crianças assim só pode ser alguém que goste. Há dias em que é frustrante porque se está a ensinar a mesma coisa e eles não aprendem ou então regridem.
Mas também é bom quando há progressos mesmo que sejam mínimos, é mais uma conquista.

Entrevista com a professora Maria Salgueiro do ensino especial

1) Quantos alunos com síndromes ou deficiências tem ao seu encargo? Qual a sua deficiência ou síndrome?
R: Eu trabalho no 1ºciclo. Tenho um aluno com défice cognitivo ligeiro, um com multidificiência, três com deficiência mental moderada, um com défice na linguagem e comunicação e um com problemas de saúde física.
Existe a unidade de autismo que trabalha com essas crianças na escola básica.

2) Sabe em que consistem essas síndromes/deficiências?
R: No caso dos diferentes tipos de deficiência, eles têm dificuldade de raciocínio, leitura, escrita e apresentam défice na atenção/concentração.Na multidificiência a aluna tem várias doenças associadas por isso necessita de apoio ao domicílio, estimulação motora e sensorial diariamente e beneficia de fisioterapia.

3) No caso de cada um deles, a que aulas podem assistir de acordo com as limitações que têm?
R: Estão todos integrados na turma e trabalham todas as áreas curriculares. Se houver uma actividade que eu ache que exige mais atenção ou concentração poderá ser trabalhada por meia hora numa sala à parte. Fazem actividades no computador, o que é do agrado deles, actividades de escrita e leitura, de modo a que possam ser motivados. Claro que temos de recorrer a muitos materiais, construir, para que isso aconteça.
Há uma articulação entre os professores e a professora de ensino especial.
Os meus alunos de educação especial têm adequações curriculares individuais e nessas adequações são traçadas competências que achamos que eles vão conseguir concretizar.

4) Como é o comportamento deles nas aulas de educação especial?
R: Há dias de tudo, há dias em que estão mais agitados. Alguns alunos são medicados diariamente, também devido a essa hiperactividade que têm. Quando estão medicados eles ficam mais calmos e trabalham. Trabalha-se bem com eles.
muito bem.
5) Como são estimulados para que possam evoluir?
R: Devem ser desenvolvidas actividades diversificadas, motivadoras e pouco cansativas.
6) Quais são as actividades que desenvolvem com eles quando estão ao seu encargo?
R: Leitura e escrita de textos no computador, jogos didácticos e educativos, jogos de memorização, conto de histórias com a exploração da história, dramatização, actividades musicais, natação…
Aos alunos com dificuldade de leitura e escrita é aplicado o método das 28 palavras, em que partimos da palavra associada a uma imagem desenho e depois é que partimos para a sílaba. É um método global, método composto por 28 palavras, em que eles memorizam muito bem.

7) Acha que eles deveriam estar numa escola particular onde só houvesse crianças com os mesmos problemas ou acha que estando numa escola normal com alunos diferentes é melhor para o desenvolvimento deles?
R: Acho que devem estudar numa escola normal porque deve haver uma inclusão, uma integração.
8) Acha que no nosso país há técnicos suficientes para cuidar de pessoas com este tipo de problemas?
R: A nível de escola há terapeutas da fala do centro de saúde, psicólogas, por isso sim, acho que há.

9) Como se sente a trabalhar com crianças com este tipo de problemas?
R: Sinto-me bem, porque são crianças a quem nós nos dedicamos muito e a quem nos afeiçoamos muito no dia-a-dia.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Deficiência mental - A Educação



A educação em casa

O período educativo, em que as crianças estão permanentemente em contacto com os pais ou em creches ou amas, corresponde às primeiras etapas da sua vida, é da maior importância no seu desenvolvimento. É importante que estes recebam apoio e orientações necessárias sobre as possibilidades de desenvolvimento da criança, para que assim, possam favorecê-las desde o princípio:

• o meio ambiente tem uma enorme influência na aprendizagem, através da estimulação directa ou indirecta que é dada à criança;

• os primeiros anos da infância são o período mais favorável para a estimulação, visto corresponderem à fase da vida em que o desenvolvimento psicofísico é mais acelerado;

• tudo o que a educação pode oferecer à criança nestas idades requer menor esforço educativo do que nas idades posteriores.

A educação precoce deverá fomentar todos os aspectos do desenvolvimento, como:

• Motricidade;

• Percepção;

• Linguagem;

• Socialização;

• Afectividade.


A educação Pré-Escolar

Antes da integração da pessoa deficiente mental na escola, é necessário ter em conta os seguintes parâmetros:

• Actuação pedagógica orientada:

• Estimulação e motivação para a aprendizagem e para actividades relacionais;

• Educação sensoriomotora e psicomotora;

• Treino de autonomia e hábitos de higiene;

• Educação rítmica;

• Iniciação à comunicação social;

• Educação verbal elementar.


A educação na Escola

A educação no período escolar deve investir no desenvolvimento de todas as potencialidades da criança deficiente, com o objectivo de a preparar para enfrentar sozinha o mundo em que tem de viver.Neste sentido, devem ser favorecidas todas as actividades que a ajudem a adquirir as capacidades necessárias para se desenvolver como ser humano:

• Sociabilização;

• Independência;

• Destreza;

• Domínio do corpo;

• Capacidade perceptiva;

• Capacidade de representação mental;

• Linguagem;

• Afectividade.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Deficiência mental - Intervenção pedagógica

No desenvolvimento de um indivíduo deficiente mental, deparamo-nos com várias dificuldades, sendo elas:

• Psicomotoras;

• Sensoriais;

• Nas relações sociais;

• De autonomia;

• De linguagem.
No momento de planificar qualquer intervenção educativa, devemos pensar nessas dificuldades e, consoante as possibilidades e limitações de cada indivíduo, estabelecer o programa mais adaptado.Além de conhecer o estado geral do seu desenvolvimento e as dificuldades específicas apresentadas, devemos atender também às capacidades de aprendizagem de cada um, para evitar que os objectivos educativos não sejam nem demasiado exigentes, a ponto de o aluno não poder atingi-los, nem tão simples, que não favoreçam ao máximo o desenvolvimento das suas potencialidades.
•Em primeiro lugar, a criança deficiente tem dificuldade em estruturar as suas experiências. A aquisição de capacidades perceptivo-motoras não terá o mesmo significado que têm para a maioria dos indivíduos da sociedade a que pertencem.
• É difícil comunicar com estas crianças porque, por um lado, temos de entrar no seu mundo de objectos e representações e, por outro, no mundo das pessoas normais existe um campo de experiências que estão fora do alcance da criança deficiente.Esta dificuldade para estabelecer comunicação faz com que o tipo de educação que lhes damos, deva basear-se numa série de estratégias que permitam educar a percepção, motricidade e linguagem e que consistirão no treino da capacidade para efectuar as diferenciações e as estruturações necessárias para que as aprendizagens escolares possam revestir-se de significado para a criança e possam chegar a ser objectos, ou seja, possam fazer parte não apenas do seu meio ambiente mas também do seu próprio meio.
• A criança deficiente mental não possui determinados meios para poder afirmar-se como pessoa e, por conseguinte, está sujeita a não ser respeitada e a ser tratada, por vezes, como um objecto. Para isso, contribuem uma série de factores que passaremos a referir: os pais não devem deixar que a criança não faça nada, pois isso prejudica o desenvolvimento da sua autonomia pessoal; outro aspecto em que é preciso ajudar o deficiente mental é na integração do seu esquema corporal, pois se não conseguir compreender os termos que simbolizam as relações espaciais, não poderá compreender os sistemas convencionais que regulam a vida social e viverá à margem desta e muitas ocasiões.
• A atitude perante o deficiente mental deve ser sempre de aceitação da sua pessoa tal como é; esta atitude deveria ser adoptada por toda a sociedade, mas muito especialmente por pais e educadores.