segunda-feira, 26 de abril de 2010

Deficiência mental - Actividade intelectual

A evolução da medida do défice intelectual na deficiência mental acompanhou o desenvolvimento das teorias da definição desta propriedade individual do cérebro humano que é a inteligência. A diversidade de danos cerebrais, condições psicossociais capazes de afectar essa função mental (QI), e/ou seus componentes como atenção, memória ou as diversas formas de raciocínio, intrinsecamente relacionados entre si, ainda está para ser compreendida especialmente nas suas relações com o cérebro humano, que é uma das proposições da neuropsicologia.
Graus de deficiência mental
Embora existam diferentes maneiras para determinar o grau de deficiência mental, são as técnicas psicométricas que mais se impõem, utilizando o QI para a classificação desse grau. Segundo a OMS, a deficiência divide-se:
Profunda:
• Grandes problemas sensorio-motores e de comunicação, bem como de comunicação com o meio;
• São dependentes dos outros em quase todas as funções e actividades, pois as suas limitações físicas e intelectuais são gravíssimas;
• Excepcionalmente terão autonomia para se deslocar e responder a treinos simples de auto-ajuda.
Grave/severa
• Necessitam de protecção e ajuda, pois o seu nível de autonomia é muito pobre;
• Apresentam muitos problemas psicomotores;
• A sua linguagem verbal é muito deficitária – comunicação primária;
• Podem ser treinados em algumas actividades de vida diária básicas e em aprendizagens pré-tecnológicas simples;
Moderado/média
• São capazes de adquirir hábitos de autonomia pessoal e social;
• Podem aprender a comunicar pela linguagem oral, mas apresentam dificuldades na expressão e compreensão oral;
• Apresentam um desenvolvimento motor aceitável e têm possibilidade para adquirir alguns conhecimentos pré-tecnológicos básicos que lhes permitam realizar algum trabalho;
• Dificilmente chegam a dominar as técnicas de leitura, escrita e cálculo;
Leve/ligeira
• São educáveis;
• Podem chegar a realizar tarefas mais complexas;
• A sua aprendizagem é mais lenta, mas podem permanecer em classes comuns embora precisem de um acompanhamento especial;
• Podem desenvolver aprendizagens sociais e de comunicação e têm capacidade para se adaptar e integrar no mundo laboral;
• Apresentam atraso mínimo nas áreas perceptivas e motoras;
• Geralmente não apresentam problemas de adaptação ao ambiente familiar e social.

Deficiência mental - Causas

A deficiência mental pode ter várias causas, entre as principais estão os: factores genéticos, perinatais (ocorridos durante a gestação e o parto) e pós-natais. O diagnóstico correcto dos factores causais no momento do nascimento pode não só amenizar os sintomas (prevenção secundária) mas até mesmo evitar o dano cerebral.
Os factores ou causas perinatais, ou seja imediatamente anteriores (a gestação) e posteriores (o trabalho de parto) ao parto, podem ser de natureza tóxica (drogas teratogénicas), traumática, ou infecciosas causadas por vírus tipo o da rubéola ou bactérias tais como as espiroquetas que causam a sífilis, a maioria dos danos perinatais apresentam-se como malformações congénitas. Entre as causas pós natais podemos destacar os traumatismos cranianos, doenças infecciosas como as meningites e infelizmente as síndromes de abandono, maltratos e desnutrição proteico-calórica nos períodos iniciais do desenvolvimento.

Deficiência mental - Diagnóstico

Ao longo da história já foram utilizadas expressões como idiotia, cretinismo, debilidade, imbecilidade. Os indivíduos portadores de síndromes que incluíam essa característica eram chamados de excepcionais, deficientes mentais e actualmente de portadores de necessidades especiais. A Classificação internacional de doenças (CID), em função do típico atraso de desenvolvimento que apresentam utiliza a expressão Atraso Mental, subdividindo este grupo em quatro categorias de gravidade (leve, moderada, grave e profundo) em função da sua capacidade intelectual com ou sem outros comprometimentos do comportamento.
Os portadores desse transtorno, são dependentes de cuidadores e necessitam de atendimento multiprofissional (incluindo: médico, fisioterapeuta/ terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, pedagogo, entre outros) a fim de minimizar os problemas decorrentes da deficiência. Quanto mais cedo houver um diagnóstico e mais precoce for a intervenção melhores serão os resultados. As técnicas exercidas por diversos profissionais de reabilitação e puericultura para identificar precocemente lesões e intervir são denominadas Avaliação do Desenvolvimento e Exame neuropsicomotor ou psicomotor e Teste de Inteligência ou Quociente de inteligência, além do diagnóstico da clínica médica para identificar a síndrome genética ou natureza da lesão que causou o dano cerebral.

Deficiência mental - O que é?


A principal característica da deficiência mental é a redução da capacidade intelectual (QI), situadas abaixo dos padrões considerados normais para a idade, se for criança ou inferiores à média da população, quando adultas. O portador de deficiência mental na maioria das vezes apresenta dificuldades ou nítido atraso no seu desenvolvimento neuropsicomotor, aquisição da fala e outras habilidades (comportamento adaptativo).

A deficiência mental é resultado, quase sempre, de uma alteração na estrutura cerebral, provocada por factores genéticos, na vida intra-uterina, ao nascimento ou na vida pós-natal. O grande desafio para os estudiosos dessa característica humana é que em quase metade dos casos estudos essa alteração não é conhecida ou identificada e quando analisamos o espectro de patologias que tem a deficiência mental como consequência deparamo-nos com um conjunto de mais de 200 doenças entre as mais comuns estão a Síndrome de Down e Paralisia cerebral.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Síndrome de Asperger - Interesses específicos e intensos


A Síndrome de Asperger na criança pode-se desenvolver como um nível de foco intenso e obsessivo em assuntos do seu interesse, muitos dos quais são os mesmos das crianças normais. A diferença das crianças com SA é a intensidade incomum desse interesse.

Algumas vezes, os interesses são vitalícios; em outros casos, vão mudando a intervalos imprevisíveis. Em qualquer caso, são normalmente um ou dois interesses de cada vez. Ao perseguir estes interesses, os portadores de SA frequentemente manifestam argumentação extremamente sofisticada, um foco quase obsessivo e uma memória impressionantemente boa para dados factuais.

As pessoas com Síndrome de Asperger podem ter pouca paciência com coisas fora destes campos de interesse específico. Na escola, podem ser considerados inaptos ou super-dotados altamente inteligentes, claramente capazes de superar os seus colegas no seu campo de interesse, e ainda assim constantemente desmotivados para fazer trabalhos de casa comuns. Outros podem ser hipermotivados para superar os colegas de escola. A combinação de problemas sociais e de interesses específicos intensos pode conduzir ao comportamento incomum, tal como abordar um desconhecido e iniciar um longo monológo sobre um assunto de interesse especial em vez de se apresentar antes de maneira socialmente aceite. Entretanto, em muitos casos os adultos podem superar estas impaciências e falta de motivação e desenvolver mais tolerância às novas actividades e a conhecer pessoas.

Síndrome de Asperger - Diferenças da fala e da linguagem

As pessoas com SA tem um modo de falar altamente "pedante", usando um registro formal muitas vezes impróprio para o contexto. Uma criança de cinco anos de idade com esta condição pode falar regularmente como se desse uma palestra universitária, especialmente quando falar sobre um assunto do seu interesse.
A interpretação literal é outro traço comum, embora não universal, da Síndrome de Asperger.
Indivíduos com SA podem usar palavras idiossincráticas, incluindo neologismos e justaposições incomuns. Isto pode tornar-se um raro dom para humor (especialmente trocadilhos, jogos de palavras e sátiras). Uma fonte potencial de humor é a percepção eventual de que as suas interpretações literais podem ser usadas para divertir os outros. Alguns são tão apurados no domínio da língua escrita que podem ser considerados hiperléxicos.
Outros comportamentos típicos são ecolalia (repetição ou eco da fala do interlocutor) e palilalia (repetição das suas próprias palavras).

Síndrome de Asperger - Diferenças sociais

Apesar de não haver uma única distinção comum a todos os portadores de SA, as dificuldades com o convívio social são praticamente universais, e portanto também são um dos critérios definidores mais relevantes. As pessoas com SA não têm a habilidade natural de ver os subtextos da interacção social, e podem não ter capacidade de expressar o seu próprio estado emocional, resultando em observações e comentários que podem soar ofensivos apesar de bem-intencionados, ou na impossibilidade de identificar o que é socialmente "aceitável".
Uma pessoa com SA pode ter problemas em compreender as emoções alheias: as mensagens passadas pela expressão facial, olhares e gestual não surtem efeito. Eles também podem ter dificuldades em demonstrar empatia. Assim, as pessoas com Asperger podem parecer egoístas, egocêntricos ou insensíveis. Na maioria dos casos, estas percepções são injustas porque os portadores da Síndrome são neurologicamente incapazes de entender os estados emocionais das pessoas à sua volta. Eles geralmente ficam chocados, irritados e magoados quando lhes dizem que suas acções são ofensivas ou impróprias. É evidente que as pessoas com SA têm emoções. Mas a natureza concreta dos laços emocionais que venham a ter (ou seja, com objectos em vez de pessoas) pode parecer curiosa ou até ser uma causa de preocupação para quem não compartilha da mesma perspectiva.

Outro aspecto importante das diferenças sociais encontradas em pessoas com esta síndrome é uma fraqueza na coerência central do indivíduo. Pessoas com esta deficiência podem ser tão focadas em detalhes que não conseguem compreender o conjunto. Uma pessoa com coerência central fraca pode lembrar de uma história minuciosamente mas ser incapaz de fazer um juízo de valor sobre a narrativa. Ou pode entender um conjunto de regras detalhadamente mas ter dúvidas de como aplicá-las.

Síndrome de Asperger - Características

A SA é caracterizada por:
-Interesses específicos e restritos ou preocupações com um tema em detrimento de outras actividades;
-Rituais ou comportamentos repetitivos;
-Peculiaridades na fala e na linguagem;
-Padrões de pensamento lógico/técnico extensivo
;
-Comportamento socialmente e emocionalmente impróprio e problemas de interacção interpessoal;
-Problemas de comunicação;
-Habilidade de desenhar para compensar a dificuldade de se expressar verbalmente;
-Transtornos motores, movimentos desajeitados e descoordenados;
-Segundo alguns estudos, apresentam imaginação e criatividade fantasiosa mais reduzida do que uma criatividade com bases em factos reais;
-Frequentemente, por um Q.I. verbal significativamente mais elevado que o não-verbal.
As características mais comuns e importantes da SA podem ser divididas em várias categorias amplas: as dificuldades sociais, os interesses específicos e intensos, e peculiaridades na fala e na linguagem. Outras características são frequentemente associadas com esta síndrome, mas nem sempre tomadas como necessárias ao diagnóstico.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Síndrome de Asperger - Diagnóstico

Esta síndrome define-se por seis critérios principais, que definem a síndrome como uma condição com as seguintes características:
- Prejuízo severo e persistente na interacção social;
- Desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e actividades;
- Prejuízo clinicamente significativo nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de funcionamento;
- Nenhum atraso significativo no desenvolvimento da linguagem;
- Não há atrasos clinicamente significativos no desenvolvimento cognitivo ou no desenvolvimento de habilidades de auto-ajuda apropriadas à idade, comportamento adaptativo (em outra área que não na interacção social) e curiosidade acerca do ambiente na infância;
- A não-satisfação dos critérios para qualquer outro transtorno invasivo do desenvolvimento específico ou esquizofrenia.
O diagnóstico da SA é complexo em virtude de que mesmo através do uso de vários instrumentos de avaliação não existe um exame clínico que a detecte.

Síndrome de Asperger - O que é?

A chamada síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger, é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não acarretar nenhum atraso no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade da síndrome de Asperger como condição distinta do autismo continua incerta.